Como falar de sexo com os filhos?



As crianças começam a ser educadas sexualmente, desde que chegam ao mundo. É um equívoco achar que educação sexual é falar de genitais ou dos “perigos” que o sexo trás.

O contato físico, os carinhos que os pais fazem no bebê, a forma de falar, que o ama, tudo contribui para a construção da sexualidade. Toda e qualquer sensação que o corpo sente e tudo que se percebe junto, faz parte deste processo.

O que se nota é que muitos pais não entendem isto com naturalidade. Gerando a imagem de algo errado e é preciso quebrar essa associação de que sexualidade é algo que existe no mundo adulto e que envolve sempre o encontro entre duas pessoas.

Desde muito cedo surgem as curiosidades infantis e os pais se desesperam sem saber o que dizer ou respondem como se estivessem falando com adultos.

Em cada fase da vida o tema deve ser abordado dentro da capacidade de compreensão de cada idade, tentando primeiro entender o que de fato a criança quer saber.

Crianças de 4/5 anos por exemplo, ficam curiosas com a diferença entre meninos e meninas. É apenas uma curiosidade natural, desde que seja na mesma idade. Basta explicar que cada um tem um corpo e que é íntimo, que não se toca nas partes íntimas do  corpo do outro. Que menina tem vagina e meninos tem pênis, sem brigar caso encontre um tocando no outro ou no seu próprio. Sempre explicando sobre o que é intimidade.

Se tiver se tocando, deve informar que não pode fazer o tempo todo e que não pode fazer na frente do outros. Jamais diga que é sujo ou errado. O que há de errado nisso? Deve-se apenas ensinar sobre privacidade e higiene sem a conotação de que é coisa feia ou errada.

Se perguntarem algo, pergunte o que ele entende sobre o que quer saber, pois talvez queira saber algo totalmente diferente do que o adulto pensa, como o caso da menininha que pergunta para a mãe “o que é virgem?”  Olha a situação!



Atualmente meninas menstruam cada vez mais cedo, muitas aos 8 anos. As mães não devem esconder informações sobre menstruação, nem passar a informação de que é ruim, como se fosse quase um castigo menstruar, muito menos entrar em pânico porque a “menininha agora virou mocinha ou quase mulher”. Ela é apenas uma criança que o corpo atingiu um grau de maturidade, mas a cabecinha dela ainda não. Seja parceira, fale sobre higiene, sobre os diversos tipos de absorventes, leve em uma consulta ginecológica sem receio de que ela vai aprender sobre sexo. Ela já está vivenciando um turbilhão de sensações no seu corpo e criar fantasmas não ajuda.

Os meninos começam a ter ereções noturnas e ejaculações espontâneas. Não faça disto um terremoto. Explique sobre as mudanças hormonais, que acontece e com o tempo tudo irá passar. Nada de agir como um professor dando aula. Acolha essa fase cheia de dúvidas e inseguranças.

Conversar sem o tom de que a coisa é séria, que tem algo de estranho ou de errado. Abrindo diálogo leve, agindo com normalidade, seus filhos perceberão que podem contar com os pais para esclarecer suas dúvidas, sem medo de bronca.

Abra diálogo sobre DST, gravidez, preservativos, anticoncepcionais, de desejo e se sentir confortável, fale sobre sexo. Não se engane, seus filhos vão transar em um determinado momento. É melhor que estejam esclarecidos pelas pessoas que os amam e que se preocupam com eles. Fingir ou achar que proibindo e não falar sobre o assunto, não vai evitar. Vai apenas fazer com que aprendam de maneira equivocada e sem segurança.

Se preferir, procure ajuda profissional para orientar como lidar com o assunto.





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